domingo, 5 de setembro de 2010

TRAUTEIO DO ALBATROZ-ERRANTE EM VOO PARA AS ILHAS CROZET

(zooneto esticado até ser fado)

Morri algures marinheiro de fragata
regurgitando gentis gestos de pirata:
por cada porto de arribar amei eu fêmea
– Lurdes, Laurinda, Dorival, Dóris, Noémia.

Voltei aos mares afeito ao vento em albatroz
com uma trombeta e castanholas como voz:
ai estou feliz porque nasci com bico atum
de um ovo gordo como um papo cheio de rum.

Adeus Antárctida, ó meu ninho de icebergues,
vou-me às Crozet onde anseio outros albergues:
ó Madagáscar, ilha meia mariposa,
traz-me o amor em brisa brava cor-de-rosa.

O meu amor é como um fado sem sossego
que no teu voo encontra poiso e aconchego:
penso no brilho lua azul das tuas penas
e o mar é branco e as fragatas são poemas.

Autor: Paulu Mayyahk
(O Blogue do Paulo Mayyahk)



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